Concorrência na Odontologia: problema e oportunidade.

Segundo o CFO, em janeiro de 2023, o Brasil conta com um número próximo de 400.000 dentistas ativos em sua base. 

É inevitável pensar em concorrência. E o dentista se arrepia só de pensar na palavra. O tema é, talvez,  o mais falado (e mais polêmico) em bancos de faculdade e entre as quatro paredes do consultório.

Alguns argumentam que o mercado precisa de concorrência para ser justo, pois quando não há concorrência a tendência é o setor ter preços muito elevados e totalmente desproporcionais e também observa-se a queda na qualidade do produto ou serviço que não enfrenta concorrentes em seu mercado.

A concorrência, de fato, incentiva a melhoria contínua de serviços e produtos oferecidos em qualquer ramo. A atualização e inovação ficam a frente do processo para que uma empresa mantenha-se competitiva. Isso garante aos clientes opções mais variadas e preços mais competitivos.

Porém, o aumento desenfreado do número de faculdades no Brasil e falta de regulamentação/controle da qualidade da formação profissional na Odontologia traz o pior do mercado em saúde: a precarização das relações profissionais, devido o “ódio a concorrência” e da relação profissional-paciente que, agora, tende a se preocupar mais com o fator comercial que o “fator cuidado em saúde”.

Com a deslealdade que realizam em um mercado sem regras claras e regulamentação adequada, profissionais de odontologia podem recorrer a táticas desonestas para ganhar vantagem sobre os concorrentes, o que pode prejudicar a qualidade dos serviços e, consequentemente, os pacientes.,

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A origem e as consequências:

Obviamente, um mercado com muita competição gera muitos problemas aos profissionais da área. A Odontologia dos anos anteriores aos 2000 acostumou-se a uma realidade de:

  • Poucos cursos de formação.
  • Pouca concorrência.
  • Paciente conhecendo pouco sobre Odontologia.
  • Ausência de redes sociais.

Essa realidade, elevava a Odontologia à um patamar de profissão de fidalguia, como medicina e direito no Brasil. Claro, que esse cenário atraia muitos interessados.

Mas, os custos altos do curso, concorrência alta nos vestibulares e a “dificuldade” do curso, em si, fazia girar esse ciclo de “profissão para poucos” e a Odontologia ficava “protegida” da concorrência.

Nos meados dos anos 2000 isso começou a ruir com a transformação comercial e social promovida pela internet que promoveu e acelerou:

  • o poder ao paciente.
  • a valorização da educação como meio de acesso a outros patamares sociais.
  • o acesso ao crédito desenfreado.
  • educação superior acessível.
  • grupos educacionais estrangeiros.

Ai, “a casa caiu” para a reserva de mercado odontológica. E isso, foi inevitável em qualquer mercado.

Claro, isso é razoavelmente bom para o consumidor. O que se espera com mais concorrência é mais qualidade com preço menor. Mas, isso é mágico quando estamos falando de um aplicativo que edita suas fotos no Instagram ou um liquidificador da linha popular da Mallory.

Com saúde, o buraco é mais embaixo.

Após essa explosão o que se viu, na verdade, foi um grande boom de serviços de baixa qualidade.  Clínicas populares, faculdades e até práticos ganharam mais espaço e passaram a concorrer com os bons profissionais.

Isso, de certa forma, desestabilizou o mercado gerando preços desproporcionais e instáveis, com o paciente (coitado!) no meio do processo querendo o custo-benefício, mas ficando apenas com o custo de ter que retratar os problemas causados por os “novos players” do mercado.

Além disso, profissionais e empresas justas e éticas, que foram forçados a diminuir preços (e, às vezes, a qualidade dos seus serviços) passaram a olhar a Odontologia com mercado não atrativo e desistiram da profissão. Quantos excelentes profissionais partiram para o mercado financeiro, mudaram de profissão ou montaram negócios em outra área.

Isso tendenciou a proporção de prestação de qualidade x prestação de serviço ruim, para o lado popular.

Como se já não bastasse, as empresas que se dizem da “Odontologia” apresentam diariamente soluções milagrosas para encantar pacientes com a falsa promessa que “você não precisa ir para o dentistas para resolver isso…”. O creme dental white com partículas de cristal e carvão que claream dentes, curam problemas de gengiva e estimula o crescimento de um novo dente se você perdê-lo. Tudo isso aprovado por 9 em cada 10 dentistas.

Ah, e quase ia esquecendo: os problemas causados por esse ecossistema ruim acabaram por minar a confiança dos pacientes quanto ao trabalho profissional (dos bons e dos ruins) provocando uma redução do interesse nos cuidados bucais profissionais.

Com tudo isso, você passou a olhar aquele colega de classe como verdadeiro inimigo, deixando de colaborar com a profissão, guardando segredos e, engajado, única e exclusivamente com seu resultado – custe o que custar. Nem que custe a saúde do paciente. Um desastre.

Mas, a meu ver, todo esse cenário abriu um oceano azul.

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O oceano azul na Odontologia.

Em meio a precariedade, há aqueles que entendem a oportunidade e remam na direção contrária.

Alguns que entenderam o momento, investiram na qualidade da sua entrega ao paciente, entenderam as necessidades mais valiosas do mercado, buscaram se diferenciar, gerando oportunidades em um outro local: um oceano azul habitado por tubarões interessados em outras presas.

Esses são os novos dentistas de sucesso. E eles andam tendo mais sucesso (dinheiro e admiração) que a geração de ouro da Odontologia.

O oceano azul é uma metáfora utilizada para descrever um mercado ou setor que ainda não foi explorado e possui grande potencial de crescimento. Na odontologia, o oceano azul pode ser representado pelos avanços tecnológicos e inovações que estão transformando a forma como os dentistas tratam seus pacientes. Mas, eu destaco a maior de todas: investimento maciço em entender as necessidades do paciente.

Investir em entender as necessidades dos pacientes é fundamental para o sucesso do trabalho dos dentistas. Isso inclui não apenas o entendimento das necessidades físicas, mas também emocionais e psicológicas dos pacientes.

Uma das maneiras de alcançar isso é através da comunicação eficaz. Esses dentistas se comunicam de forma clara e compreensível, e estão dispostos a ouvir ativamente os pacientes e entender suas preocupações e necessidades, transformando-as em diferencial competitivo entregando mais para esse paciente.

Junto disso, vieram harmonização facial, lentes de contato, reabilitações orais extensas. Alguns desses novos procedimentos, na minha opinião são divisores de água. Algo como: “for mal feito, vai dar muito muito errado” e o paciente, popular ou não, não tolerará o problema,

Junto disso, o uso de tecnologias avançadas e inovações criaram uma “casta” segmentada de odontólogos digitais, que precisaram fazer investimento ou em educação ou em infraestrutura para serem melhores nisso.

Em um futuro próximo, veremos a ascensão da inteligência artificial (IA) na Odontologia que já está sendo utilizada para desenvolver ferramentas de diagnóstico e monitoramento mais precisas, permitindo que os dentistas identifiquem problemas de saúde bucal mais rapidamente e iniciem o tratamento de forma mais eficaz. 

Para ser bem direto: a insurgência da IA na odontologia (e em outras áreas) será tão impactante que não consigo enxergar ainda quais dentistas serão expurgados do mercado de trabalho. Tenho visto muita gente desesperada com a IA em vários mercados.

Dentist Surgery chair

Minha opinião final:

É comum que, em qualquer mercado, haja um temor grande sobre concorrência. 

Eu, honestamente, acredito que qualquer mercado concorrido empurra a qualidade dos BONS para cima e os defeitos dos RUINS pra baixo.

Porém, eu acho também que temos que ter mais regulamentação, visto que somos um mercado de saúde e esse comércio desenfreado traz problemas para pacientes desavisados e pouco informados.

Isso, também, prejudica não só os profissionais éticos e empresas justas, que são forçados a diminuir preços e qualidade. 

Se pudesse dar um conselho para algum recém-formado, hoje, diria:

  • Seja um dentista, antes de ser gestor.
  • Seja gestor, antes de ser marketeiro.
  • Gaste tempo em aprender tecnologia e Inteligência artificial.
  • Sente mais à mesa para conversar com o paciente e menos no mocho para atendê-lo.
  • Quando for sentar no mocho, entregue saúde.

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